Habitats de Inovação

Segunda Depiné e Teixeira (2018) os habitats de inovação são espaços diferenciados, propícios para que as inovações ocorram, pois são locus de compartilhamento de informações e conhecimento, onde há networking, os riscos são minimizados e os resultados associados aos negócios maximizados. Os habitats de inovação permitem a integração da tríplice hélice e procuram unir talento, tecnologia, capital e conhecimento para alavancar o potencial empreendedor e inovador.

Os habitats de inovação são: cidades e suas diferentes tipologias; distritos e suas diferentes tipologias; parques e suas diferentes tipologias; centros de inovação; pré-incubadora; incubadora; aceleradora; coworking; núcleos de inovação tecnológica; makerspaces; living lab e hub de inovação.

Depiné, A.; Teixeira, C. S. Habitats de inovação: conceito e prática. São Paulo: Perse, 2018.

Habitats de inovação destacaram-se nas últimas décadas como importantes promotores de desenvolvimento econômico, social e territorial de regiões pelo mundo todo, a exemplo do consagrado Vale do Silício e da surpreendente Israel. Sua presença provocou o surgimento de novas formas de negócio, mercados, investimentos, redes e regulações, redefinindo o entorno desses ambientes. Eles diferenciam-se de espaços tradicionais por congregarem talentos e investimentos enquanto propiciam o compartilhamento de conhecimento entre os atores envolvidos e o estímulo à sua criatividade, impulsionando o potencial inovador de indivíduos e organizações.

Apesar do protagonismo conquistado, um dos desafios contemporâneos para estes ambientes é o estabelecimento da conexão efetiva com a sociedade civil, a qual fortalece o ecossistema de inovação e possibilita o surgimento da inovação de forma generalizada em territórios, para além do mercado. Nesse sentido, o primeiro passo é o acesso à informação sobre esses espaços, elucidando sua missão e impacto e, com isso, permitindo que a sociedade compreenda seu papel e possa buscar uma conexão.

Esse alinhamento conceitual é oportuno não apenas para aqueles que ainda não atuam em conexão com estes ambientes, mas também para pesquisadores, gestores e outros atores ligados a eles, os quais necessitam de maior conformidade sobre os conceitos e estratégias que seguirão. Em função do rápido desenvolvimento desses espaços e de suas constantes transformações, é natural que haja algum equívoco e imprecisão na utilização dos conceitos e na análise de seus diversos aspectos. Assim, universidade e grupos de pesquisa podem atuar como importantes mediadores nesse processo, traduzindo o conhecimento sobres os habitats de inovação de forma acessível e tangível para todos.

No Brasil, apenas um grupo de pesquisa é especializado em habitats de inovação: o VIA Estação Conhecimento. Vinculado ao Departamento de Engenharia do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, o grupo interdisciplinar dedica-se a pesquisar diferentes habitats e aspectos que os coenvolvem, das cidades inovadoras às pré-incubadoras de empresas. Coordenado pela profa. Dra. Clarissa Stefani Teixeira, precedentemente Gerente de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Estado de Santa Catarina, inclui alunos de graduação em iniciação científica, mestrandos e doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento (PPGEGC/UFSC) e alunos do mestrado profissional em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (PROFNIT/UFSC). A combinação das diferentes formações dos pesquisadores, que vão de relações internacionais à engenharia cartográfica, permite a análise global e aprofundada de cada habitat, em seus aspectos sociais, jurídicos, urbanísticos, econômicos e de gestão, entre outros.